marcelo martins

Está na hora de o prefeito se descolar mais do governador

Contra a Covid-19, não cabe qualquer tipo de ação que tenha como efeito prático uma vitória de pirro. A expressão é usada para designar vitória obtida a um custo alto, com danos possivelmente irreversíveis. Não é bom ganhar nada como fez o rei Pirro na batalha de Heracleia. Com o agravamento da situação pandêmica em todo o Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) lançou mão de um conjunto de medidas restritivas e que elevaram a régua contra setores produtivos. Ou seja, o colorido do mapa, ao fim de quatro anos, apontará para uma cor só: a vermelha.

Aliás, a crise sanitária, iniciada em 2020 com o novo coronavírus, será elevada à enésima potência com um Estado ainda mais falido e quebrado. Por aqui, em Santa Maria, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), ainda no domingo, se pronunciou durante live em que detalhou os termos do decreto de medidas restritivas, que suspenderam atividades presenciais e híbridas de ensino pelo período inicial de cinco dias. Também na manifestação do prefeito, o tucano pesou a mão contra setores de alimentação e de bebidas, que passaram a ter novo horário de funcionamento.

ENXUGAR GELO
Porém, a alegação do Executivo municipal de que as medidas são necessárias para buscar uma estabilização dos números soa como enxugar gelo. Será algo inócuo e, provavelmente, com pouca valia.

Ao recuperar a fala do governo, a prefeitura diz que não pode ser acusada de omissão ou incoerência. Porém, uma situação da live do domingo deixa muito claro: a prefeitura é siamês do governo do Estado. Muitos dos passos dados pelo Piratini são replicados aqui de forma autômata.

Ainda que, nos primórdios de tudo, Pozzobom tenha conduzido de forma responsável e esteve na linha de frente de todo o processo de proteção da cidade em meio à pandemia, agora, contudo, o prefeito se resume a reprisar tudo que o Piratini faz.

Não é porque Jorge Pozzobom é do mesmo partido - e reluto em crer nisso - que o prefeito deva ser um mero "repassador" de decisões do Executivo gaúcho.

ALIÁS...
Causou estranheza o fato de, durante a live do prefeito, não haver nenhum nome técnico da saúde do município. O maior nome da saúde local, o secretário de Saúde de Santa Maria, Guilherme Ribas, não estava na transmissão. O detalhamento técnico dos termos dos decretos ficaram a cargo de Carolina Lisowski, que é controladora geral do município, e a responsável por dissecar os impactos dos decretos junto à sociedade.

Por óbvio, que a presença dela se fazia, como sempre, imprescindível. Mas é injustificável a presença de um nome da saúde naquele momento. Basta lembrar que o secretário de Saúde, Guilherme Ribas, foi elevado, no mês passado, à condição de vice-presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), o maior órgão de saúde do Estado.

Foi justamente a ação dele em meio à pandemia que o cacifou a ter esse reconhecimento. O fato de não haver alguém da saúde em uma live durante o recrudescimento do vírus em Santa Maria não pode ser tratado como algo menor.

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